segunda-feira, 9 de maio de 2011

Dilma Rousseff e Lula da Silva em Portugal

Como prometi estou de volta para assinal a passagem destas duas personagens por Portugal.
No momento da homenagem, em Coimbra, o ex-presidente do Brasil não esqueceu os brasileiros que estusiasticamente o aplaudiam e tantos que trabalham em Portugal.
São suas estas palavras: 'Este título é um título de todos os brasileiros.' Distinguiu um brasileiro em particular - o seu vice-presidente José Alencar.
No seu discurso expressou o desejo de 'ver reforçadas as parcerias produtivas entre os dois países'.
Esta visão foi também partilhada pelo Presidente da República, Cavaco Silva, que destacou, na altura, o quanto era justa para Lula da Silva a homenagem que lhe fora tributada, afirmando ainda que as relações internacionais deviam ser fortalecidas.
Também Dilma Rousseff saudou a multidão de brasileiros que a acompanhou no desejo de a ver de perto. Com uma boa e contagiante disposição e sempre disponível para mais uma fotografia.
'É um prazer grande ter-vos aqui.' Conheceu a Biblioteca joanina, a Sala dos Capelos e ainda o Museu Nacional Machado de Castro. Na Quinta das Lágrimas, local onde se hospedou, colocou-se à disposição para responder aos jornalistas, aproveitando para sublinhar a vontade que existe para que haja uma cooperação entre os dois países irmãos.
Também o Reitor da Universidade, Dr João Gabriel Silva falou, bem como a Vice-Reitora Dra Helena Freitas para expressarem o orgulho de Portugal pelo acto e aproveitando a oportunidade que se oferecia aos dois países para estreitarem as suas relações.

Valete

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cor quo vado

Estamos perante uma frase curta mas que nos põe uma interrogação importante.
Façamos a análise de acda palavra antes de a traduzirmos.
Assim- cor- é um substantivo neutro da 3ª declinação que se enuncia cor-dis e se encontra no vocativo que tem uma forma gráfica igual ao nominativo, só que a sua função gramatical é difirente.
A segunda palavra quo, pode parecer o ablativo do pronome relativo qui-quae-quod, mas aqui não é. Trata-se de um advérbio interrogativo que se traduz por - para onde.
Relativamente à 3ª palavra vado, trata-se da 1ªa pessoa do singular do presente do indicativo do verbo vado-is-ere, que significa ir, caminhar.
Feita a identificação das palavras e apresentado o seu significado vamos traduzir a frase.
Não se trata do célebre Monte de Cristo-Rei, no Rio de Janeiro . 'Corcovado', mas tão simplesmente da pergunta que muitas vezes se nos põe na nossa vida - coração, para onde vou?
A vida torna-se, por vezes, entediante ou seja enfadonha, mas nos bons e maus momentos, o mais importante é elevar o pensamento e reflectir que, onde quer que se vá, não podemos esquecer de levar connosco o sorriso dos pensamentos de agradecimento . o mais elevado dos pensamentos- e da gratidão que nos confere felicidade redobrada.
Valete

Mando tibi navem prora puppique carente

Vamos à análise gramatical da frase citada. Para os curiosos ou desejosos de aprender um pouco da l+ingua latina chamo a atenção para as 3 primeiras palavras. Trata-se do verbo mando-as-are-avi-atum, na 1ª pessoa do singular, logo, o sujeito desta oração será 'Ego' - eu, subentendido. Mando será o predicado; tibi é o caso dativo do pronome pessoal na 2ª pessoa do singular, sendo a 1ª pessoa 'ego'. Assim na frase temos um sujeito não expresso, ego, um complemento indirecto - tibi- e um complemento directo - navem- que é o acusativo do substantivo navis - is, por isso da 3ª declinação que no acusativo toma a forma navem. Podemos já traduzir esta parte da frase: (eu) mando-te um navio, uma nau.
Quanto à 2ª parte da frase vamos principiar pela última palavra 'carente', que é o participio presente do verbo careo, que significa ter falta, não ter.Este verbo tem a particularidade de exigir que as palavras dele dependentes (seus complementos) estejam no caso ablativo. É o que acontece com as palavras prora e puppi-is, cuja tipologia já vimos noutra comunicação. Estas palavras significam proa e popa (a parte da frente e a parte de trás da nau) falta a última parte da palavra puppi-que. Este que é uma partícula enclítica que une duas palavras ou dois membros da frase e se traduz por e(i). Passemos então à tradução de toda a frase: Mando-te uma nau  sem (carente de) proa e sem popa.
Cícero, brincando com esta frase transformou-a numa saudação jocosa. Navem sem proa nem popa fica a palavra ave (tirou-lhe a parte da frente e a a parte de trás - último m). Repito (n)Ave(m) que é uma saudação equiva´lente a salve, bom dia. É o que desejo a todos os meus leitores
Valete

segunda-feira, 18 de abril de 2011

No vi oras

Volto às frases latinas com curiosidades. Hoje trago-vos uma frase curta e simples. Vamos examinar as palavras que a compõem e, de seguida, traduzi-la.
No -  é a primeira pessoa do verbo que se enuncia no, nas -are-navi-natum. Não se esqueça que um verbo latino se enuncia dizendo as 1ª e 2ª pessoas do presente do indicativo, o infinito presente, a 1ª pessoa do pretérito perfeito e o supino.
Vi é o ablativo do substantivo vis-is, que, no plural toma a forma vires-ium.
Significa esta palavra força. Esta palavra tem a particularidade de ter o ablativo em i em vez de e, por se tratar do tema em i.
Passemos à palavra oras.
Não, não se trata da palavra que exprime orar-rezar. Trata-se do substantivo da 1ª declinação que se enuncia ora- al (genitivo) e que significa, entre outras coisas, borda do mar, beira-mar, litoral, costa.
Passemos à tradução da frase 'no vi oras' - nado com força para a praia (beira mar).
Com a chegada próxima do calor em que é convidativo ir à praia, leve consigo, amigo leitor este conselho prudente -. arranje força para fugir de alguma onda traiçoeira, nadando, com força, para a praia.
Valete

segunda-feira, 4 de abril de 2011

" Respigos " de uma carta de longe...

Li, com atenção, a carta do Canadá da ilustre escritora / jornalista Fernanda Leitão, inserida no jornal " O Templário "de Tomar e dela vou respigar alguns dados de que tomei nota:
1º O Canadá é o 2º maior país, em superfície, depois da China.
2º Nele habitam pessoas de 160 países diferentes.
3º O Canadá é uma terra de intenso e próspero comércio.
4º Naquele país os imigrantes têm tendência para se agruparem, criando assim bairros de portugueses, bem como de outros países.
5º Nesses bairros há lojas, mercados, restaurantes, cafés, padarias, cinemas, escolas, igrejas e templos.
6º Nos bairros onde vivem os portugueses, mais de 200 000, na área do Grande Toronto, existe o " Mercado Sansaudade " onde a gente lusa se vai abastecer de tudo, desde o azeite ao arroz carolino, passando pelas carnes, peixes, doçaria e couve portuguesa para o bacalhau do Natal e até mangericos no início do Verão.
7º O número de portugueses que habitam no Canadá é de cerca de 600 000.
Voltarei a esta carta porque estou crente que os meus leitores gostarão de saber coisas que, afinal, nos tocam como portugueses.
À ilustre D. Fernanda Leitão, que leio desde os anos revolucionários, o meu bem-haja, de sabor bem beirão e votos de felicidades.
" Valete " 

quarta-feira, 30 de março de 2011

Ecos da visita de Dilma e Lula da Silva presidente e ex-presidente do Brasil a Portugal

Escrevo estas linhas lembrando e homenageando os portugueses que vivem no Brasil e todos os seus descendentes. Permitam-me que distinga, nesta pleiade de portugueses, os meus familiares que, em tempos lonlínquos se fixaram em Belém do Pará e, mais tarde, novos familiares se fixaram em S. Paulo, Santos e lugares do Paraná,etc.
Alô! Artur, esposa, filhos e netos, alô Rosarita, filhos e netos. Alô especial para a minha leitora Marly, marido e filhas. Que saudades!... Que Deus vos guarde.
Sobre a visita os jornais, as televisões e rádios vão noticiando.
Lula da Siva veio a Portugal onde também há 107 mil brasileiros, ainda assim bastante menos que os 700 mil portugueses a residir no Brasil. Dada a reduzida superfície de Portugal, encontramos brasileiros nos serviços, nos supermercados, nas grandes superfícies comerciais,etc,etc.
Dizia acima que Lula da Silva veio a Portugal receber 3 prémios, a saber:
- Prémio Centro Norte - Sul do Conselho da Europa que lhe foi entregue em cerimónia oficial pelo presidente português Cavaco Silva;
- Doutoramento " Honoris Causa " pela Faculdade de Direito da vetusta Universidadede Coimbra. A concessão desta distinção a políticos é, normalmente feita pela Faculdade de Direito. A cerimónia decore no momento em que escrevo e conta, também, com a presença da presidente Dilma.
- Distinção da Confraria do Vinho do Porto.
A actual presidente Dilma ,ao juntar-se ao seu antecessor, concretiza a sua 1ª visita oficial a Portugal.
Espero voltar a escrever-vos para destacar os pontos mais relevantes desta visita de que os portugueses muito se orgulham.
Valete a todos

terça-feira, 29 de março de 2011

'Sum quod eris, fui quod es'

Trata-se de um epitáfio expresso por uma frase muito simples em que se joga com palavras do mesmo tipo gramatical.
Repare: sum - fui -eris são diferentes tempos do verbo esse (ser). Enunciar um verbo em latim é dizer as 1ª e 2ª pessoas do presente do indicativo, o infinito presente, a primeira pessoa do pretérito perfeito e o supino, que nem todos os verbos têm como é o caso do verbo 'esse'.
Depois deste esclarecimento vamos à frase. Sum - eu sou; eris - serás, futuro imperfeito, fui - pretérito perfeito, a 1ª pessoa - fui.
Restam-nos duas palavras também de tipo gramatical igual: quod, nominativo neutro do pronome           relativo qui - quae- quid ou quod, respectivamente masculino, feminino e neutro.
Passemos à tradução : sou o que serás, fui o que és.
Tal frase sugere-nos um problema muito importante - a educação, o testemunho de quem educa.
Cada minuto, hora ou dia que cada pai/mãe passarem com os seus filhos será mais tarde compensado com juros.
A sabedoria parental consiste em educar os filhos de tal modo que além de si mais alguém venha a gostar deles.
                                                                                                           Valete, caros leitores

sexta-feira, 18 de março de 2011

Tua neta, Maria, rosa

Há nesta frase duas palavras que oferecem dificuldade especial. São elas neta e rosa.Não, caro leitor, não significam, como pode parecer neta e rosa.
Salvo melhor opinião, trata-se, no 1º caso, da utilização de um adjectivo substantivado, derivado do verbo neo que toma, no particípio passado, a forma netum que significa entrelaçado - fiado. Quanto a rosa não se trata do substantivo da 1ª declinação de tema em a, mas do particípio passado do verbo rodo, que,  no particípio passado se enuncia rosus - a - um e forma no acusativo do plural rosa, concordando com neta.
Quanto âs restantes palavras não precisam de explicação tão evidentes são, quer Maria, quer tua.
Acentuo que Maria é um vocativo. Chegados aqui, vamos à tradução. Será: Ó Maria Rosa a tua neta ou a tua neta ó Maria Rosa. Não, não é.Será sim: " Ó Maria os teus entrelaçados ( vestidos ) estão rotos ( rasgados ).
Mas não vamos deixar a Maria de fato roto na praça pública e vamos procurar um pensamento que a anime e... nada melhor do que convidá-la a mudar o vestido e aproveitar a Primavera que está a chegar, para ir dar um passeio até ao jardim, olhar as flores que vão abrir e tudo vai ficar revestido de verdura e flores, transformando tudo em beleza e onde Maria seja mais uma flor.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Ave, ave aves esse aves!

Volto às minhas curiosidades latinas tentando esclarecer esta repetição de palavras iguais ou semelhantes e apresentar a sua tradução na língua de Camões.
Assim:
Ave é o imperativo do verbo latino aveo-ere usado na saudação de quem chegava, equivalente às nossas expressões - Bom dia, Salve-o Deus e opõe-se à palavra vale que é a saudação usada por quem se retirava.
Já a repetida palavra ave da frase acima é o caso vocativo da palavra avus que significa avô.
Ave, ave, dois significados diferentes significando: Bom dia ( Salve ) avô.
Na segunda parte da frase há, também, duas palavras iguais na grafia, mas de tipo gramatical diferente. No 1º caso aves trata-se da 2ª pessoa do singular do verbo avere, no presente do indicativo e significa - desejas - , quanto à 2ª palavra aves é o acusativo do plural do substantivo avis que significa aves. Resta-nos a palavra esse que é uma forma do infinito do verbo edere que usa duas formas no infinito presente edere ou esse e que significa comer.
Chegamos assim à tradução da frase que será: " Bom dia "( Salve ), avô desejas comer aves?
Usando uma forma mais adequada ao carinho de um neto/a pelo avô - diremos : Bom dia, meu avô desejas ( queres ) comer aves?

P.S. O trabalho está feito, não se enfade, caro leitor, eu vou continuar a brincar com curiosidades de frases latinas.
Não resisto à tentação de deixar um pensamento que me é muito benéfico e que é um ditado sábio:
" O sucesso consiste em fazer coisas, o fracasso em não fazer nada ."
É com base neste ditado que vou ocupando o meu tempo e... como gosto de escrever...

segunda-feira, 14 de março de 2011

'Mater tua mala burra est'

Na última conversa que tive convosco dizia que os provérbios, ditados e adágios são o mais perfeito retrato da língua.
Hoje escolhi para conversa uma curiosa frase latina, muito conhecida e que pode levar quem não conheça a língua de Virgílio a ficar enjoado e até zangado. Refiro-me à frase que intitula esta conversa: 'mater tua mala burra est'.
Não é que agora chama burra má à minha mãe? Descanse, amigo leitor, não é nada disso. O verdadeiro significado da referida frase é até um elogio aos hábitos alimentares da 'tua mãe'.
Seria fastidioso demorar-te na análise a cada palavra da frase: 'mater tua mala burra est' sintetizando que mater tua - a tua mãe- não oferece qualquer dificuldade. O busilis está no 'mala burra est'. É que 'mala' não significa má, trata-se do substantivo neutro malum, que significa maçã ou, genericamente, qualquer fruto de pevides ou caroço. Resta-me esclarecer burra est, sendo que burra é o acusativo neutro do adjectivo burrus-a-um, no plural, que significa vermelho. Resta-nos a palavra est, uma forma do verbo 'edo' na terceira pessoa do singular do presente do indicativo que pode ser edit ou est. Ora este verbo significa comer. Logo, a frase 'mater tua mala burra est' não significa que a tua mãe é uma burra má, mas sim ' a tua mãe come maçãs vermelhas', por isso dizia que era um elogio ao tipo de alimentação, já que o uso almentar da fruto é saudável.
É, na verdade, uma frase cheia de humor, mas o humor faz parte daquilo que somos.
Por muito triste que o mundo seja, o humor está à nossa volta e pode ajudar-nos a ser um pouco mais alegres e, por vezes, a não nos deixarmos levar pelo demasiado sério.

domingo, 13 de março de 2011

Justificação do título 'vitae sal amicitia'

Gostaria de apresentar aos meus caríssimos leitores a justificação da escolha do provérbio latino 'vitae sal amicitia' - a amizade é o sal da vida.
Conheço-o há dezenas de anos mas nunca me tinha preocupado com o seu autor. Agora procurei saber mas não consegui.
Os provérbios, ditados e adágios são o mais perfeito retrato de uma língua. Estudá-los é estudar a própria alma de um povo, quer expressos em prosa quer em verso. Se me é permitido, aconselho vivamente aos alunos de Latim que os estudem, se possível os confrontem com os que nós utilizamos na nossa língua. É que todos nós temos potencial para saber mais, ver mais, entender mais e para ter uma visão mais global da vida. A vida acontece um minuto de cada vez. Importa não desperdiçar tempo com coisas que não podemos mudar e, antes, concentrarmo-nos naquelas que podemos tornar melhores.
Se a nossa vida for selada e temperada pela amizade, sal da terra, não há poder que possa opor-se ao gozo dos momentos felizes.
O acesso às coisas que realmente valem a pena nem sempre é fácil, quer consideremos a aprendizagem, quer a saúde, o sucesso, a própria amizade.
O conjunto destas coisas são, no entanto, o melhor dos rendimentos que qualquer humano pode alcançar.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Apresentação

O escrever através deste meio foi uma ideia da minha filha mais nova. Como escrever me faz bem, aproveitei a ideia e aqui estou a iniciar-me, aos 84 anos, num novo meio de comunicação.
A propósito lembra-me a minha admiração quando, na leitura de uma obra de Plutarco, encontrei uma alusão ao velho Platão que com a vetusta idade de 80 anos, se tinha posto a aprender grego.
Hoje, que ombreio com Catão na idade, isso já mão me espanta. É que a velhice, por vezes, está disposta a meter ombro a tarefas mesmo morosas na sua concretização.
Lembra-me, a propósito, dum pensamento de JoseMaria Escrivá - a fidelidade é a melhor  defesa da pessoa contra a velhice do espírito, a aridez do coração e a anquilose mental. Aqui estou, pois, para ser fiel aos meus desejos de comunicar pela escrita com os meus estimados leitores. O interesse é meu e por isso estou, desde já, muito agradecido.